Uma poesia de António Ramos Rosa:
Atento, vejo a chama fulva da abelha
Atento, vejo a chama fulva da abelha
e a cadência do desejo monótono vagabundo
num pequeno corpo ardente e frágil.
O mundo aqui é um sopro verde
em que tudo flui em silenciosos gozos.
Na delícia do ócio o pensamento
entrega-se ao vento e ao olvido.
Só o desejo ordena o fluente ardor
que em mil meandros se propaga no ar.
E de tanto respirar essa pátria volante
eu própria sou a espessa substância do bosque.
Atento, eu não perco os poemas de Antonio Ramos Rosa. Sempre os relendo, pois assim o fazendo, quem sabe, não consiga "apreender a espessa substância" que emana da sua poesia.
ResponderEliminarAbraços,
Ah sim, também me acontece o mesmo. Comprei o primeiro livro de Ramos Rosa há muitos anos atrás, muitos mesmo e ainda o releio com toda a atenção. António Ramos Rosa é dos poetas que vamos descobrindo, palavra a palavra, verso a verso.
EliminarAbraço.