Uma poesia de Isabel Fraga:
O LAGO
Os remos afundaram-se
No olhar do lago
Levando ao longo
Das raízes líquidas
O peito estreito e fundo
Onde cabíamos
Perdi o tempo
 beira da consciência
Onde fiquei
Rocha, frágil, areia
Tocando aquele olhar
Doído e claro
Que o sol tornava
O espaço
De todos os sons
Por muitos meses
Busquei os pássaros
E os peixes
Para reconhecer
Um pouco de alma
Na imagem fria
E alongada
Que bebiam
Quando por vezes
No corpo
Do céu líquido
Se olhavam estranhos
Parecendo conhecer-se.
Sem comentários:
Enviar um comentário