segunda-feira, 3 de junho de 2013

Uma poesia do poemário Amanhecer obscuro:


Bem Aventuranças

Bem aventurados os bancos
que ficam com o nosso dinheiro
e nós ficamos com as dívidas.
Bem aventurada Merkel
que dela será o reino de Bismarck.
Bem aventurado Cameron
que dele será o reino das
couves de Bruxelas.
Bem aventurado Obama
que dele serão mais de um milhão
de mortos das suas guerras imperiais.
Bem aventurado Hollande
com os seus homosexuais na Nôtre Dame
e bombas no Mali..
Bem aventurada Nato
que dela serão os anjos metálicos
por sobre o céu da Líbia.
Bem aventurados todos os
bem aventurados e os
não bem aventurados
que esperam nuvens plácidas
e açucenas de carvão
nos cabelos das mulheres.
Os robots voadores de Obama
são bem aventurados
porque matam sem saber
e fazem excrecéncias nos céus
logo abaixo dos deuses
como se tangessem
as liras da Roma Imperial.
Bem aventuradas as televisões
do Império e os jornais
do Império e as rádios
do Império e os blogs do Império
que deles é o reino da mentira.
Os economistas do Império
são bem aventurados
porque transformam a miséria
do mundo em dinheiro
no bolso dos seus amos.
Bem aventurados os que
morrem de fome que deles
não se farão epitáfios
e os seus ventres inchados
voarão como balões loucos
nas festas de caridade.
Mal aventurado o poeta
que ergue lírios como
se fossem sinos a tocar a rebate
que dele só serão as noites futuras.
Bem aventuradas as bem aventuranças
que delas só serão a argila
ou o pó que dela ficar.

António Eduardo Lico

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