quarta-feira, 12 de junho de 2013

Reponho uma poesia do poemário Amanhecer obscuro:


(A rosa de Hiroxima

..mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa

Vinicius de Moraes)


Caía do céu, calmamente, segura num paraquedas,
para se fazer rosa mais abaixo.
Ilha de Hondo, delta do rio Ota, Hiroshima!
Sem que o soubesse, Hiroxima, iria render-se
a uma metálica flor que descia do céu
e o seu nome ficaria para sempre escrito
a fogo em todas as flores.
Ai rosa de Hiroxima, rosa de ferro,
rosa sem perfume e sem pétalas,
só nascida em Hiroxima,
como se esperasses por um jardim
em que a chuva é de ruína
e te faz nascer cinzas em vez de pétalas.

António Eduardo Lico

10 comentários:

  1. Espero que ainda on line, obrigado pelos seus comentários. Belo poema sobre essa tragédia da humanidade
    Namibiano

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  2. Hola, Antonio:

    Muchas gracias por tu amistad, por tu constante presencia en mi blog y por la palabras tan amables que me dejas en cada uno de tus comentarios que son muy reconfortantes en éstos momentos de mi vida. Dios te guarde y te bendiga.

    Un abrazo.

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  3. A triste rosa de Hiroshima...que redundou em morte e causa calafrio.A rosa de Hiroshima...nunca mais!
    Um abraço

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  4. As imagens do poema sem belíssimas, perfeitas para que não esqueçamos a tragédia que ainda nos assusta.
    Abr., caro amigo,

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    1. Uma tragédia que ainda está presente e para não mais esquecer.
      Abraço.

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