Uma poesia de António Ramos Rosa:
Os anjos que conheço são de erva e de silêncio
Os anjos que conheço são de erva e de silêncio
nalgum jardim de tarde. Mas quais os mais ardentes?
Feitos de mar e sol, elevam-se nas ondas,
entre as mulheres de coxas tão fortes como touros
O meu luto é de mesas e de bandeiras sem paz
É estar sem corpo à espera, inconsolada boca,
o fogo ateia o peito, a cabeça perde a fronte,
o vazio rodopia, é o celeste inferno.
Desço ainda um degrau com o anjo infernal,
um turbilhão de ervas, um redemoinho de sangue
Quem me vale agora se perdi o meu cavalo?
Aqui nos embriagamos com a boa poesia. E Ramos Rosa deve estar no panteão dos melhores da literatura portuguesa contemporânea.
ResponderEliminarAbr., amigo,
Sem dúvida Amigo José Carlos. E Ramos Rosa é um do meus poetas preferidos.
EliminarAbraço.