Geografias
Escrevi uns versos em
que falava
de oceanos tristes.
Os oceanos não são
tristes; nem alegres.
São oceanos quando uns
senhores
a que chamam geógrafos
decidem que são
oceanos.
E decidem que são
apenas oceanos; nem tristes, nem alegres.
Se eu escrevesse um
verso assim:
“Oh taciturno
Atlântico Oceano”.
Teria por certo
exegetas, que iriam falar
de uma certa tendência
classicista
nos meus versos; talvez
até digam que eu estudei Latim...
Teria legiões de
geógrafos a reclamarem
em cenáculos
nacionais, internacionais e transnacionais
que de oceanos só eles
podem falar.
Que nunca foi
encontrado um oceano taciturno.
Eu não sou contra os
geógrafos.
Devia haver muitos
geógrafos. Milhões de geógrafos.
Tinham emprego
garantido
A ensinar Geografia aos
gringos.
O Mar Negro, é Mar
Negro;
se fosse taciturno, ou
fosse
outra coisa qualquer,
certamente estaria
irritado com os geógrafos.
Os Mares também se
irritam?
Porque é apenas Mar
Negro
E não Oceano Negro?
Só os geógrafos o
sabem.
Eu regresso à Água.
António Eduardo Lico
HOLA ANTÓNIO
ResponderEliminarESCRIBES MUY BIEN Y ESO LO TRANSMITES, A VECES LA TRADUCCION NO AYUDA MUCHO, PERO SÉ DE TU TALENTO.
GRACIAS POR ESTAR SIEMPRE.
UN BESO
Gracia Luján.
EliminarBesos y buen Viernes.
Obrigado pelo teu olhar no blog Poetas Vivos, caro amigo!
ResponderEliminarQue beleza de texto esta meditação sobre os oceanos, este jogo verbal, esta reflexão sobre o caráter da poesia e da geografia.
Abraços,
Não tem que agradecer, Caro José Carlos, pois é um prazer, já que a sua poesia interessa.me pelo alto valor que possui.
EliminarObrigado também pela sua presença no meu blog.
Abraço e bom fim de semana.
um poema sobre a geografia e os oceanos, com um misto de sabedoria mordaz.
ResponderEliminarbom fim de semana.
beijo
Obrigado Piedade.
EliminarBeijos e um magnífico fim de semana.