domingo, 16 de junho de 2013

Reponho uma poesia do poemário Amanhecer obscuro:


Soneto da manhã obscura

Procuro da manhã o doce orvalho
Com que possa matar a minha sede
Que da infinita noite procede
Como secreto porto onde encalho

Oh gnóstica manhã onde eu talho
O que a minha boca não me pede
E nem o deus antigo intercede
E faz macio o chão em que batalho

Oh noite portentosa e magnífica
Ardes e consomes-te como sonho
Que cada manhã em vão certifica

No meu canto agudo e medonho
Que de ser vão mas claro, dulcifica
O fresco orvalho que me imponho

António Eduardo Lico

10 comentários:

  1. Que soneto lindo, António Eduardo, desceu redondinho, rs. Parabéns! Ótimo domingo e beijos!

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  2. Cuán bello es este texto,Antonio !!
    Saludos afectuosos

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  3. As manhãs muitas vezes engolem os sonhos. Bela poesia, Antonio. Bom domingo.

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  4. Antonio..." Soneto de la mañana brumosa "

    Son hermosas las mañanas cuando vemos el dulce rocío
    bañar el verde de la naturaleza

    ¡¡ precioso soneto !!!

    un beso desde Argentina

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  5. Este soneto é mesmo para tirar-lhe o chapéu, António. O lirismo dele me alcançou hoje já em plena tarde!
    Abr.,

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