segunda-feira, 15 de julho de 2013

Este rio que corre sem águas

reponho uma poesia do poemário Este rio que corre sem águas:

Na margem de um rio, as horas são ainda mais absurdas


As horas são absurdas,
passam, e já não são,
sem deixar de o ser.
Um desconhecido esteta
clama na confluência
do Ser e Não Ser
que o Belo é absurdo
porque é belo em si mesmo,
indiferente ao tempo
e às horas que passam
e já não o são,

sem deixar de o ser.

António Eduardo Lico

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