sábado, 27 de julho de 2013

Este rio que corre sem águas

Reponho uma poesia do poemário Este rio que corre sem águas:

Ventre da noite, com grilos
  
O ventre da noite expulsa poléns
e grilos violeta olham uma lua
que inunda os horizontes.

que versos são estes?
A noite tem um ventre!
A noite tem ventre.
Como um artigo indefinido
pode estragar tudo!

a gramática e a morfologia
deviam ser violeta
e inundar horizontes,
E se possível tanger liras

desmesuradas.

António Eduardo Lico

4 comentários:

  1. Muito singular este poema, caro amigo. Às vezes, esquecemos que poesia está simplicidade. E quando lemos um poema com este nos redescobrimos esta verdade.
    Um bom final de semana, caro amigo!

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    1. Nunca fui adepto de poesias complicadas, visto que em mim, a poesia é sobretudo o fruto da inspiração, e jamais corrijo poesias. Apenas abro excepções para as poesias com métrica, rimadas e para as poesias longas.
      Bom fim de semana caro amigo.
      Abraço.

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  2. Respostas
    1. Talvez sim, talvez não. Não sei se a poesia tem alguma mensagem.
      Abraço e bom Domingo.

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