quarta-feira, 24 de julho de 2013

Este rio que corre sem águas

Reponho uma poesia do poemário Este rio que corre sem águas:

Para aprender a matar deuses...


As impetuosas palavras
que se desenham
para matar deuses
que renascem a cada morte!

Podiam não renascer
e ficar na sombra ténue
dos muitos paraísos que existem,
inertes e de barba por fazer

Renascem porque
as teologias assim o querem;
para serem teologias

Convenientes para todos,
já mortas quando nascem
mas que dão nascimento

Aos deuses que queremos
matar, ás dezenas, milhares
como se rejeitássemos
as nossas criações

Só fica o poema
ou as palavras
com que criamos os deuses
que a seguir matamos

António Eduardo Lico

8 comentários:

  1. Caro António,
    quanto mais se matam os deuses mais eles renascem como cogumelos, para nao falar nas igrejas....
    Olhe, um bom negócio é este de inventar igrejas, até já tenho ideia para o nome: Os Atletas de Deus, aliar o desporto e a religiao combatendo, assim, a obesidade e divulgando a fé... ah, claro, o bispo sou eu, para os dízimos!
    Um pouco de humor '
    lol

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    1. É verdade meu caro João.
      Creio até que no Brasil existe algo assim com atletas, desconheºo o nível de organização.
      Todos os dias renascem; nós bem os matamos, mas os criadores de divindades não têm descanso.
      Abraço.

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  2. Gracias querido amigo por esperarme y por venir al té de los martes y por estar... suelo tomarme vacaciones seguido porque me canso demasiado con todos los blogs que tengo, pero nunca me voy del todo porque los quiero mucho.
    Te dejo un beso grande y un abrazo.
    Con todo mi cariño comenzaré mi rutina nuevamente.

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  3. Acho que leitura do João é perfeita. Parece-me que não há outro caminho e, de tal maneira, que sem um pouco de humor sucumbimos também com os deuses.
    Abraços,

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  4. Que bom que nos resta o poema, antes ele!!!

    um abraço

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