Achei Sancha Anes encavalgada
e dix'eu por ela cousa guisada,
ca nunca vi dona peior talhada,
e quige jurar que era mostea;
e vi-a cavalgar per ũa aldeia
e quige jurar que era mostea.
Vi-a cavalgar con un seu'scudeiro,
e non ía milhor un cavaleiro.
Santiguei-m'e disse: «Gran foi o palheiro
onde carregaron tan gran mostea»;
vi-a cavalgar per ũa aldeia
e quige jurar que era mostea.
Vi-a cavalgar indo pela rúa,
mui ben vistida en cima da múa;
e dix'eu: «Ai, velha fududancúa,
que me semelhades ora mostea!»
Vi-a cavalgar per ũa aldeia
e quige jurar que era mostea.
Ontem estive aqui me deliciando com os versos do neto, hoje com os versos do avô. Essa matriz é de uma riqueza ímpar para a época. É nela que muitos dos nossos compositores ainda matam a sede.
ResponderEliminarUm final de semana, caro amigo,
Sim, concordo plenamente. Na época só a Lírica Proveção podia rivalizar com a lírica galaico-portuguesa.
EliminarÉ verdade, ainda matam a sede.
Abraço.