Duas poesias que escrevi em 2007:
Troubadours de todo o Sul
“Ai, las! tan cuidava saber
d’amor, e tan petit en sai!
Car eu d’amar no.m posc tener
celeis don já pro non aurai”.
d’amor, e tan petit en sai!
Car eu d’amar no.m posc tener
celeis don já pro non aurai”.
BERNART DE VENTADORN
As cansos que do Sul dolente
nos traziam o fin’amor
e um temps novel
jazem em brancos areais da memória
tão brancos como só o Sul pode ser;
tão brancos como o lume da tua luz Oh
Sul!
Busca a tua verde lenha perdida Oh Sul!
E acende o lume que ainda te arde
na tua rosa intacta.
Volta canso no previsto Inverno
E traz de novo o canto da tua lauzeta
E o teu claro bosc para que nele cantem
todos os pássaros, os teus pássaros
conhecidos
e os que há por inventar.
Que cantem de novo voltados para o teu
Sul
essa clara latitude que te corta e
queima;
geografia animal do teu instinto que
traz a Primavera
Vegetalmente
A areia ondula o deserto
vegetalmente, como se guardasse
toda a secura na sua memória de pedra.
Vegetalmente, a mineral areia,
aguarda pelas futuras florestas
e cada grão rola como se fosse verde.
A memória do verde escreve a vento
em cada grão de areia, vegetalmente,
a água que vai brotar, clara e fresca.
Como se no seu líquido ventre
grão a grão, todas as flores
fossem a areia, vegetalmente.
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