sexta-feira, 23 de março de 2012

Mais três poesias de A rosa é a via



Casi canción

La hermosa descia al llano
ay venia de la serrania
su pañuelo era gitano
y su cante de alegria

Donde vas rosa gitana
o eres florcita de Sierra Morena?
De riendas es tu voz
ay se vuelve mora en la llanura.
De tu cante vuelan palomas
que en Sevilla serán rosas,
ay rosas de sonidos
en el puente de Triana.

La hermosa descia al llano
ay venia de la serrania
su pañuelo era gitano
y su cante de alegria


Uma flor na névoa

Eras névoa quando nas manhãs
estendias, preguiçosa, as tuas pétalas.
Entre luz e sombra, entre noite e dia
eras fronteira invisível, um só ponto
de névoa imprecisa e tangível perfume
que esperava o meio-dia.


Cobre-me o corpo com rosas
Quando eu estiver no caixão,
Das mais lindas e viçosas,
Põe-mas sobre o coração.

(Poeta popular
Manuel da Silva Varejota, sitio dos Funchais,
freguesia de Querença, conselho de Loulé.)

Se o meu corpo pudesse cobrir as rosas
e ser-lhe o coração e o viço
e o alimento obscuro.

Se o meu corpo pudesse cobrir as rosas
todas as rosas, como se jardim fosse
e tivesse todas as rosas em mim.

Se o meu corpo pudesse cobrir as rosas
e as rosas fossem em mim
vida e morte, lenha e fogo.

Se o meu corpo pudesse cobrir as rosas
e ser como as rosas – o silêncio
ou o segredo de se morrer quando se abre.





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