terça-feira, 20 de março de 2012

O acaso desta Terça-feira parou em Arthur Rimbaud, o genial e misterioso poeta francês.
Nascido em 1854 e falecido em 1891, Rimbaud produziu as suas obras mais famosas na sua adolescência; entre os 15 e os 20 anos. Aos 20 anos calou-se, e dedicou-se a chocar a sociedade e os usos da sua época. Na constelação da Poesia, o nome de Rimbaud brilha com um fulgor inextinguível.
Ficará, como muitos outros poetas para novas colocações.
Deixo esta poesia, no original e depois uma possível tradução:

Chanson de la Plus Haute Tour

Oisive jeunesse
À tout asservie;
Par délicatesse
J' ai perdu ma vie.
Ah! Que le temps vienne
Où les coeurs s' éprennent.

Je me suis dit: laisse,
Et qu' on ne te voi:
Et sans la promesse
De plus hautes joies.
Que rien ne t' arrête
Auguste retraite.

J' ai tant fait patience
Qu' a jamais j' oublie;
Craintes et souffrances
Aux cieux sont parties.
Et la soif malsaine
Obscurcit mes veines.

Ainsi la Prairie
À l' oubli livrée,
Grandie, et fleurie
D' encens et d' ivraies
Au bourdon farouche
De cent sales mouches.

Canção da Torre Mais Alta

Mocidade presa
A tudo oprimida
Por delicadeza
Eu perdi a vida.
Ah! Que o tempo venha
Em que a alma se empenha.

Eu me disse: cessa,
Que ninguém te veja:
E sem a promessa
De algum bem que seja.
A ti só aspiro
Augusto retiro.

Tamanha paciência
Não me hei de esquecer.
Temor e dolência,
Aos céus fiz erguer.
E esta sede estranha
A ofuscar-me a entranha.

Qual o Prado imenso
Condenado a olvido,
Que cresce florido
De joio e de incenso
Ao feroz zunzum das
Moscas imundas.

Sem comentários:

Enviar um comentário