quinta-feira, 8 de março de 2012

Mais duas poesias do Canto em mim. Como nota- escrevi o Canto em mim, entre 2007 e 2008.





De madrugada as lembranças ardem


No meu quarto estou só
e comigo ardem apenas lembranças.
o meu quarto é frio
e fica azul nas madrugadas.
A muda Lara, no seu silêncio de deusa
abraça-me com os seus cabelos.


Nas águas fitava-se Narciso

Solitário em si mesmo, por isso, belo
Narciso fitava-se nas águas.
E de Eco já não ouvia a última palavra,
mortalmente ferido de si próprio
era já a flor na memória
das palavras na pedra.


António Eduardo Lico




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