sexta-feira, 2 de março de 2012

O acaso de hoje, encontra Sophia de Mello Breyner Andresen. Nascida no Porto em 1919, no seio da velha aristocracia portuense.
A sua obra abrange desde os contos infantis, contos, traduções e poesia.
O mar é um dos motivos mais constantes na sua poesia.

Quando


Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

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