O poeta deste Sábado é Armando da Silva Carvalho.
Nascido em Óbidos em 1938, dividiu a sua actividade entre a advocacia, ensino, tradução, jornalismo.
Estreou-se em poesia com a obra Lírica Consumível e, 1965, tendo recebido o Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de escritores.
Fica esta poesia:
Cinzas de Sísifo
Eu vi o sobressalto.
Nesse bosque de lâminas e luvas
tocaste cada coisa como
um grito.
E amaste a minha boca
como quem corta
os pulsos ao silêncio.
Se o vento te derrama
entre folhas e cinza
é sempre a mesma voz que não perdoa
a mesma lei
o mesmo labirinto.
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