Publico as últimas 3 poesias do projecto poético que sob o título "Que de dentro não se vê" conseguiu ver a luz do dia, e porventura encontrar alguns leitores interessados:
Vértice
No vértice que te desenha e coroa
nasce o rio, que impetuoso
esboça meandros no meu peito.
O Tic Tac dos Relógios é melancólico
Melancólico, o tic tac dos relógios,
de todos os relógios.
Inesgotável como o tempo,
empresta-lhe o som
como se quisera fazer música
como a faz um metrómeno.
Melancólico, apenas lhe marca o ritmo
as notas são tocadas pela vida.
Melancólico, o tic tac dos relógios,
de todos os relógios.
Rosa Vermelha
(Homenagem a Rosa Luxemburgo,
assassinada pelos social-democratas alemães)
Vermelha é a Rosa
e agora está ela
de vermelho tingida.
Não te queriam vermelha
nem te queriam Rosa
e te quiseram sem perfume.
De Eros recebeste o silêncio
que a rosa esconde.
Emergiste na espuma das águas,
as pétalas numa concha
e eras vermelha, como uma Rosa.
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