Como se...
Como se de Homero e Píndaro
viesse o perfume primordial,
a rosa esplendorosa, retorna
juvenil, pétala a pétala
e derrama o seu inesgotável vinho
simulando a sua morte sempre que abre
Em Agosto não devia
haver rosas...
(homenagem a Federico Garcia Lorca
assassinado pelos franquistas em Agosto)
Agosto tem a lua toda
a desenhar de prata arabescos
ao acaso nas noites quentes
na sua morada fria e zodiacal
que desenhos fazes quando
vagueias pelos céus da Andalucia?
Ou procuras da seguidilla
a melodia
e o silêncio que a apaga e faz renascer
como se cada corda da guitarra
tivesse todo o luar e todo o Agosto.
Agosto tem a lua toda
e não devia ter rosas
a perfumar o orvalho, esse ignorado mar
em que navegas em Agosto.
Como se fora perfume
Como se fora um jardim
que apenas tivesse uma rosa,
uma só rosa.
O teu sorriso desvanece-se no ar
Como se fora perfume.
António Eduardo Lico
As rosas lembran feitizos co seu aroma
ResponderEliminarSim, é bem verdade. As roas são feitizos e o seu aroma permanece.
ResponderEliminarObrigado pela visita.